quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

#??? Capitulo 1

*Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeep! Beeep beeeeeeeeeeeep!*

   Logo cedo, nas tumultuadas ruas de Castelia City, na Região de Unova, a situação no trânsito já estava complicada. Castelia é uma cidade à beira-mar, localizada no coração de Unova. É uma metrópole enorme, lar das grandes empresas que movimentam a economia da região, além de diversos arranha-céus e outros prédios grandes. 


   Mesmo com o clima urbano, ainda existem algumas pequenas casas pelas ruas, únicas e raras, rodeadas pelos enormes edifícios. Numa delas, a família Azura reside.

 — Devo chamá-la para o café da manhã? — se questionava homem que, sentado no sofá, bebericava uma xícara de café. Tinha a barba por fazer e deixava os cabelos despenteados, com uma franja caindo sobre sua testa. Já trajava um jaleco branco, como se fosse sair em breve para o trabalho.

 — Sabe que não funciona — para responder, uma mulher aumentava sua voz, já que estava na cozinha. Seus cabelos eram castanhos e usava roupas comuns de ficar em casa. Tinha um pequeno Fletchling em seu ombro esquerdo.


    Estes são Augustine Sycamore e Grace Azura, um casal. Augustine é médico e trabalha no hospital de Castelia, sendo o responsável por bancar as despesas da casa, enquanto Grace cuida da limpeza e da comida. Ambos conversavam sobre sua filha, Leuri Azura, que não estava junto à mesa no café da manhã. Na verdade, o marido atual de Grace não é o pai biológico de Leuri, pois este já a deixou há alguns anos. Ainda assim, ele é aceito super bem pela garota, que já aprendeu a conviver com isso.

 — Eu vou para o trabalho, então — Sycamore deixou a xícara sobre a pia da cozinha e se despediu de sua esposa com um beijo — Hoje ficarei de plantão... Sentirei saudades. Se Leuri decidir sair da garagem, fale que trarei algo para ela na volta.

    Sim, garagem. Leuri é uma garota de 15 anos, bastante adiantada para sua idade. Desde pequena sempre se destacou em sua turma, estando avançada nas séries. Já terminou a escola, mas não tem interesse em fazer uma faculdade ou outro tipo de curso, apenas vive seus dias na garagem de sua casa, onde pode fazer a coisa que mais gosta.

 — Dream Mist! — Leuri girava numa cadeira giratória, contente ao ver uma névoa rosa cobrir toda a garagem. Tinha um olhar cansado, com olheiras e os lábios ressecados. Seus cabelos eram da mesma cor dos de sua mãe, além de usar um longo jaleco branco desabotoado, mostrando vários lacinhos pretos de sua blusa rosa — Conseguimos, Munna! É a névoa dos sonhos!

 — Mun! — em resposta à felicidade de Leuri, Munna comemorava, improvisando palmas.

    A névoa começava a mostrar imagens acima de uma cama, onde um Mankey dormia ligado a fios. Cenas onde ele, com um corpo muito musculoso e com luvas de boxe, acertava socos nos pilares de concreto de um Conkeldurr, os destruindo, logo deixando-o sem defesas e conseguindo socá-lo no queijo para nocauteá-lo.

 — Mankey sonha em ser um grande lutador — Leuri anotava as informações num bloquinho de notas, mas mantinha o olhar fixo na névoa.

 — Fro... — um Froakie tentava tocar o sonho de Mankey, mas não conseguia alcançá-lo.

 — Com esse dispositivo que criei com a ajuda das pesquisas sobre Munna e a névoa, posso manter o Dream Mist no ar pelo tempo que eu quiser! Depois de diversas falhas, parece que acertamos!

    Na cama, Mankey se remexia, como se estivesse numa luta, mesmo sonhando. Leuri mantinha uma câmera filmando a névoa, ao mesmo tempo que tudo era transmitido para uma livestream na internet. Animada com sua invenção, Leuri olha para o número de pessoas que a assistia, mas só haviam dois espectadores.

Usuário CuteBianca18 comenta: "Você está ótima, amiga! Está arrasando nas pesquisas da fumaça dos sonhos!"

   Enquanto lia o comentário de sua amiga Bianca, Leuri perdia a animação. Pensava que a garota só a assistia por ser sua melhor amiga e querer apoiá-la. Não a julgava por não se interessar tanto, mas sempre quis um público ou pelo menos alguns fãs. O outro espectador com certeza era Cheren, seu outro amigo.

 — Por hoje é isso. Encerro aqui o relatório de número 84 sobre a minha pesquisa dos sonhos. Obrigada por assistirem! — Leuri movia a câmera para seu rosto, logo encerrando a transmissão. Bianca comentava algo que não estava interessada em ler.

 — Fro! Frokie!

   Froakie tentava saltar na direção da névoa, mas não conseguia. Mankey ainda dormia e Munna assistia o sonho, entretida e lambendo os beiços, já que literalmente se alimenta de sonhos. 


 — Eu adoraria ter alguns fãs me assistindo...

 — Fro! — Froakie tomava impulso para saltar na direção da névoa.

 — Eu me dedico tanto e não tem nenhuma pessoa que reconheça meu esforço. Quer dizer, meus amigos e minha família sempre me apoiam, mas nenhum está mesmo interessado. Se eu tivesse alguma chance de me destacar... — Leuri falava sozinha, ao mesmo tempo que observava os desenhos que fazia quando era menor. Retratavam Munna comendo seus sonhos ou então Munna dormindo numa cama que parecia a névoa rosa dos sonhos. Todos eles tinham perguntas que ela se fazia sobre os sonhos.

 — Fro frokie fro! — Froakie salta para a névoa, caindo dentro do sonho de Mankey, o que assusta Munna.

 — Muun! — Munna estava desesperada, agora vendo Froakie fugir de Mankey, que tentava o socar. Ela chama a atenção de Leuri, que se assusta ao ver o sapo dentro do sonho.

 — Froakie está dentro do sonho de Mankey? — Leuri não sabia o que havia acontecido, mas agora se aproximava da névoa, percebendo que, ao aproximar seu braço dela, ele surgia dentro do sonho — Dream Mist é abundante em todo o nosso mundo. Quando as pessoas dormem, elas se desligam desta realidade e vão para a dos sonhos, o que provoca a liberação de uma estranha energia. Essa máquina me ajuda a representar essa tal energia em forma de névoa, logo, Dream Mist. Seria esta uma forma de nos conectar ao Mundo dos Sonhos?

   Cheia de dúvidas, Leuri segura Munna, que tentava se acalmar. A garota sobe em sua cadeira e se aproxima da névoa, a adentrando e surgindo no sonho de Mankey.


   Ao redor do cenário do sonho de Mankey, Leuri conseguia enxergar um universo rosa, onde, se forçasse a visão, podia ver conexões aos sonhos de outras pessoas, que ainda dormiam.


 — Tem como viajar pelos sonhos! — flutuando sobre o sonho de Mankey, Leuri se encantava com tudo que via. Sorria de um jeito que não sorria há meses.

   Leuri se aproximava mais do cenário do sonho de Mankey, percebendo que algumas sombras se reuniam, escondendo uma caixa de fusíveis com vários fios.

 — Ali parece ser o centro do sonho.

 — Froo!

 — Mun!

   Froakie e Munna flutuam para perto de Leuri, parecendo assustados. A garota então percebe que as sombras se materializavam em criaturas bizarras, algumas sem cabeça, outras com olhos brilhantes como um flash de luz. Todas tinham armas em mãos, como machados, espadas e correntes.

 — Mank mankey!

   Um grande lutador surge no sonho de Mankey, com o dobro de seu tamanho. Energizava seus punhos e socava o ar, provocando ondas de energia que eram o suficiente para derrubar o primata.

 — Aquela espécie é um Hariyama. Mankey está apanhando para ele... Isso soa como um pesadelo! — analisando as informações que tinha, Leuri observa os monstros de sombras, que mexiam nos fios da caixa — Aqueles fios devem mudar a frequência do sonho, pelo menos é o que me parece. Teremos que lutar com os monstros dos sonhos!

   Juntando as mãos, Leuri é rodeada por um brilho, este que começa a mudar suas roupas, a deixando num traje de armadura rosa, com luvas pretas com lacinhos. Munna ganha óculos rosas enquanto Froakie recebe uma capa. 

 — Com esses acessórios, parecemos até... Uma equipe de heróis dos sonhos!

 — Mun!

 — Frokie fro!

 — Nós não lutamos com frequência, mas sabemos algumas coisas graças aos meus estudos e ao Cheren. Vamos, me acompanhem!

   Mergulhando na direção dos monstros de sombras, Leuri e seus Pokemon conseguem chamar atenção, iniciando um confronto. Froakie disparava bolhas contra um escudo de sombras, enquanto Munna desviava de correntes e golpes de espada, usando seus poderes psíquicos para afastar seus inimigos.

 — Receba isso! — Leuri fecha sua mãos, socando a barriga de um monstro sem cabeça, o fazendo recuar — Heh... Legal.

 — Froo! — Froakie se via encurralado por dois monstros, que erguiam dois machados.

 — Munna, use Psychic!

 — Mun! — Munna concentrava sua energia, disparando-a em ondas que irritavam os monstros, os afastando da caixa de fusíveis. Todos mergulham para outro sonho, deixando o de Mankey.

 — Eles estavam mudando os fios — Leuri ajeitava os fios de acordo com as cores, os ligando aos que tinham a mesma cor. No sonho, Mankey socava a barriga de Hariyama, o nocauteando no mesmo instante — Acho que conseguimos! Isso é muito incrível! Vamos sair agora, Munna, Froakie.

   Batendo duas palmas, Leuri e seus Pokemon surge na garagem de sua casa, caindo sobre o chão. Mankey acorda com o barulho, fazendo a névoa desaparecer.

 — Mank mankey?

 — Mankey! Deu tudo certo! Nós entramos no seu sonho e enfrentamos vários monstros que estavam o fazendo ter pesadelos!

 — Mank...? — Mankey não parecia tão animado com o feito de Leuri, que olha para o relógio e percebe que já haviam se passado três horas. 

 — O tempo passa de uma forma diferente nesses dois mundos... Talvez seja por isso que temos a impressão do sonho ser muito curto, mas estarmos dormindo por horas! Eu preciso fazer anotações!

   Se sentando perto de uma escrivaninha, Leuri começava a anotar suas novas descobertas e planejar o que poderia fazer. Havia descoberto algo que poderia mudar sua vida.

 — Leuri, você nem falou com os seus pais hoje — Grace adentrava a garagem, após algumas horas que Leuri havia entrado no sonho. A garota dormia na escrivaninha, cansada, junto com seus Pokemon — Eu não sei se isso te faz bem ou prejudica...

   Grace deixa um prato com biscoitos e torradas perto de Leuri, assim como uma garrafa d'água, logo deixando a garagem.


Continua